terça-feira, 23 de novembro de 2010

Joelma e Chimbinha, da Banda Calypso, gravam "Estrelas"


Calypso quer carreira internacional
Grammy, turnê pela Europa, disco em espanhol... Calypso quer voar mais alto
ROMERO RAFAEL
Dezesseis horas de voo, mais algumas outras de espera em aeroportos, resultam, para qualquer mortal, em cansaço. Muito cansaço. Para Calypso, parece que nem tanto. Joelma recebeu fãs e mais fãs no camarim, na semana passada, antes de subir ao palco e fazer o show enérgico do Requebra Brasil. Sobra para a gente respeitar a competência da Rainha do Calypso, que cantou jogando o cabelo, bailando e bailando, num salto alto. A gente bem sabe que essa energia não pode vir somente dos sucos, frutas e frios que avistamos no camarim. Também não vem do Red Bull visto por lá. “Vem de Deus! Busco Ele todo santo dia... Assim que acordo, louvo e leio a Bíblia. Às vezes, estou tão cansada, que não teria energia própria”. Chimbinha também estava por lá, mais combalido, mas não menos simpático.

Mas a viagem enfadonha teve seu pra­zer. Eles estavam em Las Vegas, nos EUA, e participaram da cerimônia de premiação do Grammy Latino 2010, concorrendo na categoria “Melhor Álbum de Música Regional ou de Raízes Brasileiras”, pelo CD “Calypso 10 Anos - Volume 2”, levada por Gilberto Gil com o álbum “Fé na Festa”. “Essa foi a terceira indicação, mas a primeira que nós fomos. Não fomos antes por questão de agenda. Para ir, a gente teve que cancelar shows, mas foi muito bom ter ido, não falto mais, até me arrependi pelas vezes que não fomos”, diz uma Joelma mais enxuta. “Você acha? Pois estou pesando mais, mas porque tô fazendo musculação, transformei gordura em músculos”.

Da viagem, Calypso voltou sem Grammy, mas estudou o terreno para a carreira internacional. “Que bom que a gente não gravou aqui, que a gente teve a noção de que precisava ir para lá. Não adianta gravar um trabalho em outra língua aqui e ficar aqui. Tem que fazer isso já lá fora, como fez a Shakira, que é colombiana”, comparou Joelma, a Rainha do Calypso, cheia de energia, mais enxuta, e também expert em carreira internacional. O trabalho nem iniciou, mas o repertório já está fechado: serão sucessos da banda cantados na língua de nuestros hermanos. “Já falo espanhol, mas tô aprendendo, até importei uma pessoa de lá, porque quero perder esse sotaque, falar com mais naturalidade, com a boca mais solta”, falou, depois de dar palhinha da versão espa­nhola de “Xonou, xonou”.

Até gravar em espanhol, a tal carreira international dá seus passos: em dezembro, está agendada turnê de doze dias em sete países (Espanha, Holanda, Inglaterra, Bélgica, Portugal, Itália e Alemanha). O Velho Mundo não é novidade para Calypso, mas a turnê extensa por lá, sim. Mais: a banda gravou, sob encomenda do filme “Cupid’s Arrow”, versão de “Acelerou” em inglês: “Accelerate my Heart”. Nos dias que antecederam o Grammy, fi­ze­ram três shows em cidades estadunidenses, e hoje embarcaram para Miami para gravar o programa “Es­trelas”, com Angélica.

O fã Marcos Pereira, o Pampam, 25 anos, já mantém o desejo de ver um show de seu casal-ídolo fora do País. Morador de Goiana, Pampam já viajou até o Amapá para ouvir os acordes da guitarra de Chimbinha e o “Calypsooo!!!” gri­tado por Joelma. No show da semana passada, estava ele no camarim, com quatro saias e duas botas numa sacola - criações suas, presentes para Joelma. Pampam deu mais brilho, pano e babado para o desejo da enérgica, enxuta e esperta Joelma, que segue com o não menos enxuto e esperto (talvez menos enérgico) Chimbinha enxergando brechas em espaços não-tupiniquins.


Fonte: http://www.folhape.com.br/index.php/caderno-revista/604478-calypso-quer-carreira-internacional

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